30 outubro 2010

O Fantasma da Obesidade...- Parte 1

Obesidade

A obesidade hoje é uma doença que atinge cerca de 40% da população, trazendo muitas conseqüências físicas e emocionais.

Os estudos em torno da obesidade são imensos, há muita coisa hoje sendo comprovada em torno desse assunto. Reuni alguns que considerei ser importantes ao conhecimento de quem passa por esse problema, ou tem curiosidade de saber.

De acordo com a OMS( Organização Mundial de Saúde), a obesidade é uma doença em que o excesso de gordura corporal acumulada pode atingir graus capazes de afetar a saúde.

Fatores Biológicos, Psicológicos e Ambientais da obesidade

- Pré-disposições Genéticas: composição corpórea presentes nestes indivíduos e a presença de genes envolvidos no aumento do peso. Variações genéticas podem predispor um indivíduo à inatividade física ou à escolha de alimentos ricos em gorduras por exemplo.

- Doenças Endócrinas – Metabólicas: relacionada ou por excessos ou escassez de hormônios endócrinos como por exemplo: o hipotireoidismo, a síndrome dos ovários policísticos, o tratamento com hormônios sintéticos usados como contraceptivos ou no tratamento da menopausa.

- Alterações Nutricionais: Ingestão de alimentos hipercalóricos como Fast Food, chocolates etc...

- Inatividade Física: Sedentarismo

- Fatores Ambientais: quando o meio em que a pessoa vive encoraja a ter hábitos que sugerem o aumento de peso, isso pode ser passageiro como uma viagem, ou por um período como se alimentar em Fast Food no período de escola, ou ainda conviver com pessoas que só se alimentam de guloseimas.

- Fatores Farmacológicos: Alguns medicamentos podem propiciar o ganho de peso como por exemplo estrógenos, glicocorticóides, progestágenos, neurolépticos, anti-histamínicos. Estaria relacionado com os mecanismos que regulam a fome e a saciedade alterando-os.

- Fatores Psicológicos: Envolvem perturbações emocionais onde a pessoa se refugia, ou compensa no ato de comer.

Bom vimos que já se é comprovado que o que leva uma pessoa a se tornar obesa são um conjunto de fatores e não uma causa isolada. Muito se ouvem por ai sobre a conduta do obeso, tachando-o de pessoa fraca sem força de vontade, de relaxado, sem amor próprio e outras coisas mais. Mas a verdade é que vivemos numa realidade hoje que facilita esse crescente aumento de peso, o meio que vivemos com tantas facilidades e industrializações, tantas ofertas tentadoras ao nosso paladar, remédios que acabam por resolver alguns dos nossos problemas e agrava nosso metabolismo propiciando também um ganho de peso,(vale ressaltar um detalhe, fui ao médico uma vez e questionei-o sobre uma determinada medicação, pois havia observado que após a ingestão por meses de tal medicamento havia tido um ganho de peso, o qual ele me deu a seguinte resposta: - remédio não tem caloria, portanto não engorda, o que ocorre é que determinados medicamentos alteram algumas funções no organismo que nos faz ingerir maior quantidade de alimento, ou alteram a função “parar – saciado” fazendo com que estejamos sempre com fome, por isso se engorda.). Ainda temos os fatores genéticos que podem interferir na questão obesidade, assim como doenças. Nossa rotina hoje favorece o sedentarismo e não gastando a energia consumida e lógico que ela vai se acumular em forma de gordura. E pra terminar o que eu considero umas das causas que mais agrava a todas as outras: o fator psicológico-emocional. Por ser esse um assunto muito abrangente resolvi que irei tratar desse tópico específico numa matéria aparte.

Com vista em todas esses fatores que podem causar a obesidade deixo aqui pra vocês algumas observações interessantes:

- O mecanismo da fome é controlado por um sistema complexo de comunicação entre diversas proteínas liberadas pelo aparelho digestivo e envolve mais de 250 genes herdados de nossos pais. Para manter o equilíbrio energético do organismo, cada um desses genes produz uma determinada proteína. Sua regulação é tão precisa que se a pessoa ingerir 120kcal a mais do que suas necessidades energéticas por dia (o que equivale a um copo de refrigerante), no final de 10 anos terá engordado 50K.

- O estômago é um importante regulador do apetite. Quando está vazio, há a liberação do hormônio grelina que age no cérebro e dispara a sensação de fome que diminui gradativamente a medida que comemos.

- A passagem dos alimentos para os intestinos provoca a liberação de outro hormônio, o PYY que também age no cérebro, ativando o centro da saciedade e provoca a perda de apetite. A comunicação estabelecida entre esses dois hormônios indica quando se deve iniciar ou terminar uma refeição.

- Dependendo do tipo de alimentos ingeridos, há uma composição diferente na liberação desses hormônios, ele exemplifica que carboidratos simples, como a batata e os doces, são absorvidos antes de os intestinos liberarem os hormônios PYY inibidor da fome. Quebrados pela insulina produzida pelo pâncreas, esses carboidratos ingeridos em excesso transformam-se em células gorduras.

- Que a gordura de alimentos, como a carne vermelha passa rapidamente para os intestinos e libera PYY induzindo mais depressa a sensação de saciedade.

- O consumo facilitado de alimentação hipercalóricas devem ser controladas. E que o ideal é contrabalancear a alimentação, fazendo uma reeducação alimentar.

- Que não há milagres que resolvam a obesidade, se ingerir mais calorias do que gastá-las haverá um acúmulo no organismo em forma de gordura.

- Que precisamos ser previdentes e investigar se há possíveis problemas endócrinos – metabólicos que podem estar contribuindo ao ganho de peso.

- Que determinados medicamentos podem alterar nosso apetite.

- Que o lado psicológico e emocional precisam estar equilibrados para que a comida não se torne algum tipo de mecanismo de fuga ou proteção.

Curiosidade:

Entre as décadas de 20 e 50 o corpo mais robusto passava a idéia de fartura, saúde e prosperidade. Segundo a * Dra.. Sant´Anna, foi somente na década de 60 que o culto da beleza ganhou espaço, as propagandas associavam o excesso de peso a doenças. Nesta época a Revista Cláudia fez a primeira matéria sobre celulite e a balança (Filizola) foi inserida nas farmácias, assim, o controle do peso passou a se relacionar diretamente com a pessoa. A idéia de riqueza, sucesso, mobilizaram a subjetividade para a nova identidade; ser magro.

Nilma Soares

Fontes:

http://www.artigonal.com/nutricao-artigos/obesidade-cirurgia-bariatrica-e-aspectos-emocionais-2766415.html

http://www.portaldeginecologia.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=82

http://www.copacabanarunners.net/obesidade-genetica.html

http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/enciclopedia+da+saude/obesidade/causaseconsequenciasdaobesidade.htm

http://74.125.155.132/scholar?q=cache:ZK-lGOU_eNwJ:scholar.google.com/+obesidade+causas+biol%C3%B3gicas&hl=pt-BR&as_sdt=2000&as_vis=1

http://www.cibersaude.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=1850